O CARREGAMENTO DE MINÉRIO, A UMIDADE E A MEDIÇÃO

Pesquisadores ao redor do mundo buscam soluções visando reduzir o teor de umidade, um impacto que, há anos, recai sobre o custo de produção do principal produto de uma mineradora. Atualmente, o minério embarcado em portos apresenta, em média, 9,5% de umidade, ou seja, em uma produção de 400 mil toneladas, isso representa 36 mil toneladas de água que saem do Brasil e seguem para os principais clientes da empresa do outro lado do mundo.
A origem da água no minério está relacionada com a própria composição física do mineral, além do beneficiamento realizado em etapas de flotação e filtragem que injetam água no processo, aumentando a concentração, o que impacta diretamente no carregamento, no seguro da carga transportada no navio, e, em alguns casos, pode provocar a interrupção de todo um carregamento no porto.
Existem legislações internacionais que regulamentam os limites de umidade, conforme a região de embarque e o tipo de minério, e quando o percentual estabelecido é ultrapassado a operação portuária pode até ser suspensa. Daí é preciso correr contra o tempo para fazer manobras operacionais com o minério no pátio (blindagem) e, assim, reduzir a umidade e reiniciar o carregamento, o que certamente causa enormes prejuízos econômicos com reprocessamentos. Outros fatores agravantes são que materiais sólidos a granel, contendo umidade, podem estar sujeitos a rupturas, deslizamentos e liquefação, e cargas de minério transportadas em navios não estão isentas destes fenômenos, que colocam em risco as embarcações.
Mediante a estes fatores, faz-se necessário a utilização de sistemas de monitoramento no carregamento de navios, sobretudo diante do desenvolvimento de tecnologias cada vez mais aptas para atender variáveis de processos de modo rápido e confiável. Dentre os avanços tecnológicos recentes no que tange ao monitoramento da umidade destaca-se o uso da tecnologia micro-ondas, cujos medidores funcionam baseados no princípio de que a água possui uma constante dielétrica muito alta se comparada a muitos outros materiais. Quando a energia micro-ondas entra em contato com materiais úmidos elas sofrem mudança de fase, e se atenua devido à transferência de energia para o material. Dessa forma, medindo a mudança de fase e a atenuação de uma onda eletromagnética que passa através do material úmido, pode-se inferir a umidade.
A MS INSTRUMENTOS através de seu Analisador MOISTSCAN, medidor de umidade por micro-ondas aplicado para transportadores, on-line, sem contato de toda camada, alcançou de forma satisfatória resultados expressivos monitorando o carregamento de uma importante mineradora nacional, obtendo desvio de até 0,52% comparado aos métodos tradicionais e normatizados em laboratórios.